Thursday, June 03, 2010

Volta do Vento

Pensei

Em falar sobre os ventos. De comparar meus amores, ou as possibilidades deles, a ventos. Fenômeno da natureza de várias intensidades, ele tem a característica de combinar o movimento do ar quente- que é leve e sobre- com o ar frio- que é pesado e desse. Esse movimento cíclico do ar se assemelha ao amor, que tem esses momentos quentes que nos deixa leve e fora do chão e pesados e frios, que chamam a realidade ou quando o príncipe vira sapo. Amor é entender que sapos são encantadores, não príncipe encantados.

Pronto, joguei toda a minha pieguice, frases prontas e metáforas tolas.

A intenção de falar sobre ventos é verdadeira, é anterior ao último vento que senti.

Vento Norte

Ele é seco, quente e intenso. Requer sempre a atenção. Encralacado no sertão acha que um dia, tal como Antônio Conselheiro postulou, seu lugar virará mar. Ele espera, mas é muito impaciente. Tão impaciente que decide ir até o mar, mas não me encontrar. Puro exercício de teimosia e desgaste de energia, desse vento que foi capaz de fazer de eu mudar de direção e andar só nela. Um dia, dos espinhos do mandacaru, há de brotar um fruto.

Vento Leste

Presunçoso. Vem como ameaça de tempestade, mas é uma brisa tola que desvia para onde está o vento norte. E se perde em meio sons que ele mesmo produz, sem, no entanto chegar a lugar algum. Deve ser por isso que me identifico com ele e sei que com ele vem um espelho em que noto uma semelhança enorme comigo mesmo.

Vento Sul

É o mais forte encontrado até então. Ele é dado a ramificações, muito intensas por sinal. É a tempestade anunciada que acontece. No entanto, tem horror a uma massa de ar quente que aproxima de sua região. A distância o mantem seguro para ser o furacão que é.

Vento Oeste

Não existe!

E assim seria esse texto. Eis então que surge o Vento Redondo. Ele é atípico. Traz uma série de novidades que já vi acontecerem com outros e que não imaginaria que acontecesse comigo. Mas o coração não seleciona essas novidades, ele prefere olhar para o que o vento traz de bom, e até o momento bem vindo uma série de coisas. Ele acompanha um rio que vem em linha reta e cisma, em determinado ponto, descer a serra para fazer a volta e depois seguir o seu rumo. Ao que parece o seu final coincide com a minha origem. Não há planos traçados, apenas convida a uma bela volta por um caminho que não sei onde termina, mas tenho certeza de que quero seguir.

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